quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Comunicar é preciso


Preliminares ou direto ao assunto? A importância do papo-furado
Tem gente que simplesmente o-d-e-i-a o papo-furado, a conversa sem destino, o diálogo sem assunto, a interação sem conteúdo.

Normalmente o que escuto dessas pessoas é: “Não tenho paciência pra esse lenga-lenga”, ou então “É sempre a mesma ladainha – futebol, novela, politica, se vai chover – isso não leva a lugar nenhum” ou a clássica e nem por isso menos dramática “Vou direto ao assunto, não tenho tempo a perder”.
Pois bem, pequenas criaturas comunicativas, saibam que o papo-furado, a ladainha, o lenga-lenga desempenham um papel fundamental no sucesso de sua comunicação.

Eles são o “aquecimento” do que está por vir.

A troca inicial de pensamentos, sensações e opiniões em assuntos cotidianos ou sem profundidade tem a função de regular a energia da conversa, oferecer um tempo para os participantes sentirem-se a vontade uns com os outros e determinar várias dimensões do “momentum de comunicação”, como confiança ou desconfiança, conforto ou desconforto, intimidade ou formalidade. Pura sintonia, comunhão.

Eu tenho uma amiga (que está a procura do par ideal) que sempre me diz:
- Sabe Mussa, eu não tenho tempo a perder. Quando conheço um cara vou logo dizendo no primeiro encontro: “olha aqui, eu sou divorciada, tenho dois filhos, uma TPM que dura 2 semanas e sou alérgica a leite” Porque ai se o cara quiser a gente segue em frente, senão ninguém perde tempo e eu posso me focar em alguém que dê certo.

Acho que não preciso explicar essa né? Parece que o “direto ao assunto” dela está agindo contra seu objetivo final. (aliás se tiver algum solteiro interessado por favor me avisem, ela tá desesperada sabe?)

O que fazer para ficar a vontade durante um papo-furado?
1. Entenda que o papo-furado é apenas um estágio para algo signifitcativo, se você o evitar poderá parecer rude ou desinteressado na outra pessoa ou grupo.

2. Aceite que muitas vezes o papo poderá ser interessante, em outras não. Tudo bem, não é problema algum falar de coisas superficiais ou fazer comentários não tão espetaculares quanto você gostaria. Fique a vontade e deixe o outro a vontade caso isso ocorra. Demonstre interesse. Mantenha o fluxo da conversa.

3. Pense em algo que você possa ter em comum com a(s) pessoa(s) com quem está conversando e simplesmente lance a isca. Se não colar tente outra vez.(leia o item 2 novamente) Sim. Vale falar do tempo.

4. A duração do papo furado normalmente é curta. Em um encontro de negócios deve durar de cinco a dez minutos antes de você finalmente “ir direto ao assunto”. Em interações sociais você pode usar a mesma medida antes de começar assuntos mais profundos como “para onde vai nosso país?” ou “você viu a história dos padres pedófilos?”

5. E sempre que você sentir que o papo-furado está ficando mais furado do que papo, use uma transição para o assunto principal como “E como andam as coisas na empresa?” ou “Que bom que pudemos nos encontrar para tratar desse assunto X”

Megahiperultradica nº 543: Não se preocupe em parecer inteligente, esperto ou sagaz. Apenas entre na dança da conversa, siga o ritmo com leveza e faça os movimentos que te levarão ao objetivo final.

Aliás algum de vocês saberia me dizer uma outra interação humana onde as preliminares são tão (ou mais) importantes para se atingir o objetivo final quanto o “assunto” principal?

Não consigo pensar em nada agora.

Fonte:
http://vocesa.abril.com.br/blog/marcio-mussarela/tag/administracao-do-tempo/

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Como evitar conflitos profissionais

Conviver com pessoas é uma tarefa que sempre exigiu muita diplomacia e tolerância. Em todo relacionamento, tanto pessoal como profissional, existem conflitos por coisas sérias ou por situações banais. Afinal, cada um possui opiniões e visões diferentes acerca dos mais variados assuntos. Fato é que, quando se trata de ambiente profissional, todo o cuidado ainda é pouco. Prudência, bom senso e coerência são atitudes sensatas que podem evitar muitos desentendimentos entre superiores e colegas. 

Em um ambiente profissional, cada um é observado e avaliado o tempo inteiro. Assim, qualquer atitude tomada, precipitadamente ou não e que fuja dos padrões empresariais, pode se tornar uma ameaça para o futuro da carreira. É bem verdade que alguns comportamentos e comentários deixam qualquer um irritado. Saber como agir, responder e o que dizer são imprescindíveis para uma boa convivência. De acordo com Ernesto Berg, sociólogo e administrador, a habilidade de conviver e interagir com pessoas e equipes é uma das competências mais determinantes para o sucesso nos tempos atuais. Saber lidar com conflitos é fundamental para o sucesso na empresa e na vida pessoal.

É verdade que toda ação pressupõe uma reação, porém, o profissional que deseja resolver seus conflitos no trabalho precisa adotar uma postura imediata a fim de que possa compreender as causas do problema e, a partir daí, chegar a um ponto de acordo e consequente resolução. Assim, algumas ações são importantes para evitar brigas e desgastes em um relacionamento profissional. Segundo Berg, o primeiro passo é procurar soluções e não culpados. “Focalize sua atenção nos ganhos da solução e esqueça a sessão de acusações mútuas. Tenha controle e mantenha-se calmo em busca de um acordo entre as pessoas envolvidas a fim de minimizar ao máximo as perdas de ambas as partes”, orienta o sociólogo. 

Berg afirma que quando no grupo existem pessoas com habilidade de administrar conflitos, há uma maior motivação, aumento de produtividade, cooperação, confiança e um clima saudável no ambiente de trabalho. Vale ressaltar que os conflitos, quando bem administrados, são úteis, pois, acordam o profissional e sua equipe para repensar sobre os relacionamentos profissionais com a finalidade de que todos os envolvidos possam crescer juntos. As pessoas estão em constante processo de transformação. Por isso, rever conceitos, convicções e partir para uma mudança de comportamento fazem a diferença e beneficiam a todos. 

Dicas do administrador e sociólogo Ernesto Berg para administrar conflitos:

1- Analise a situação, descubra qual é exatamente o motivo do conflito e procure saber quais são os interesses de cada um.
2- Ouça antes de falar.
3- Durante o diálogo mantenha um clima de respeito.
4- Seja construtivo ao fazer uma crítica. Evite a armadilha da personalidade, usando frases diretas e acusativas.
5- Concentre-se no problema ou comportamento e não na personalidade das pessoas.
6- Mantenha a calma. Não reaja mal às más notícias e, sobretudo, não se irrite se alguém discordar de seu ponto de vista. 
7- Quando estiver errado, reconheça o erro.

Relacionamentos Produtivos na Empresa Familiar

As empresas familiares trazem em sua natureza os benefícios e desafios de integrar em um único sistema família, negócio (empresa) e patrimônio.

Assim como em qualquer empreendimento, saber gerenciar relacionamentos e integrar interesses nas empresas familiares faz com que suas forças fiquem potencializadas. Para isso, é necessário trazer ao negócio valores que são próprios da família e integrá-los com aspectos fundamentais de um sistema de gestão bem-sucedido.

Que fatores podem facilitar a construção de relacionamentos produtivos na empresa famliar?

- Identificação de valores da família que devem ser preservados na empresa familiar: quando valores familiares são integrados ao negócio de forma positiva, a empresa ganha um sentido maior do que apenas a participação naquele mercado. Esta pode ser uma excelente forma de potencializar forças e a cultura da empresa, o que servirá como um guia para momentos desafiadores e/ou quando decisões difíceis precisam ser tomadas pelos familiares.

- Fortalecimento da transparência já existente nos relacionamentos entre familiares: o fato dos membros da família vivenciarem, em conjunto, situações que não são exclusivamente profissionais, torna tais relacionamentos naturalmente mais transparentes. Trazer esta transparência para o ambiente corporativo faz com que potencialidades dos familiares possam ser utilizadas, de forma produtiva, por estes na empresa e que a confiança possa ser aprofundada.

- Utilização, na prática, do sentimento de que “todos estão no mesmo barco”: as empresas familiares trazem consigo o sonho do fundador que foi materializado junto com uma carga emocional aos negócios – a identidade da família se mistura ao da empresa. Diferente de um emprego, ser integrante de uma família empresária traz a responsabilidade de fazer parte de algo que acompanhará seus membros durante, no mínimo, uma boa parte da vida – seja como sócio, seja como herdeiro. Mobilizar estes sentimentos em favor do negócio e, ao mesmo tempo, para o bem da família pode fazer grande diferença para ambos – família e empresa.

- Identificação de interesses comuns na família em relação ao negócio: em geral, os familiares querem que os negócios familiares sejam bem-sucedidos e que, através destes, a família também fique fortalecida. Através deste interesse comum, é possível construir diálogo em torno de como os familiares podem utilizar seus pontos fortes para que exista um real fortalecimento das dimensões comuns a todos.

- Utilização dos vínculos afetivos entre familiares para gerenciar tensões e desentendimentos: como em qualquer sociedade, a familiar também não está livre das pressões de mercado e de desentendimentos entre as pessoas. No entanto, a grande vantagem da empresa familiar é poder utilizar vínculos que foram construídos durante gerações para que estes desentendimentos sejam gerenciados de forma a gerar relações ganha-ganha.

- Potencialização dos vínculos de afeto e dos resultados da empresa através da sistematização e racionalização: existe um ditado que diz que “boas cercas fazem bons vizinhos”. Na empresa familiar, quando os papéis ficam claros e os limites entre as dimensões família, empresa e patrimônio são delimitados de forma construtiva, poderá haver a utilização do que há de melhor nos vínculos afetivos aliado ao que existe de melhor nos sistemas de gestão existentes no mercado. Quando a família empresária consegue estabelecer claramente estes limites, há muito benefício para cada uma dessas dimensões família, empresa e patrimônio.

Os relacionamentos na empresa familiar podem ser muito produtivos. Para isso, é necessário investimento na construção e manutenção de mecanismos que facilitem este movimento por parte de seus integrantes e na preparação das gerações futuras da família empresária.

Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
Novembro / 2010